O sódio nos alimentos

Idec identifica variação de até 66,3% do teor de sódio em produtos industrializados

Não é de hoje que se sabe que o consumo excessivo de sódio é perigoso para a saúde: ele aumenta o risco de desenvolver e de piorar quadros de hipertensão, doenças cardíacas e renais. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão diária do nutriente não passe de 2 gramas (g). Contudo, os brasileiros passam longe dessa meta: em média, consumimos mais do que o dobro recomendado, cerca 4,46 g por dia.

O pior é que o Idec acaba de descobrir que alguns alimentos podem ter ainda mais sódio do que o informado no rótulo! O Instituto levou para análise em laboratório 291 produtos, de 90 marcas, e identificou que 27 deles apresentam variação de mais de 20%, para mais ou para menos, desse nutriente.

Embora a quantidade de produtos com erro seja pequena em comparação com o total de produtos avaliados, chama a atenção que os itens problemáticos sejam de marcas famosas, como Sadia, Seara, Batavo e Aurora, e que, em alguns casos, a diferença entre o valor informado e o realmente presente passe de 50%.

Entre os 27 produtos reprovados, dez contêm mais sódio do que o informado. Quase todos são de origem animal, com destaque para salsichas, e a maioria ultrapassa em 40% o teor do nutriente indicado no rótulo. A campeã é a salsicha Viena da Frigor Hans, com 66,3% de variação: a embalagem informa que contém 344 mg de sódio na porção de 100g, mas o teste revelou que o valor real é 1.020 mg/100 g.

Os outros 17 produtos apresentam menos sódio do que o informado. A linguiça tipo calabresa da Sadia, por exemplo, informa no rótulo que contém 1.820 mg de sódio na porção de 100 g, mas, na verdade, tem 1.131 mg, uma variação de 60,79%. “O consumidor tem o direito de receber a informação correta. Declarar a quantidade errada de um nutriente, independentemente de para mais ou para menos, fere esse direito”, comenta a advogada do Instituto Idec, Mariana Alves Tornero.

Para o Idec, as grandes diferenças encontradas entre o teor de sódio indicado na rotulagem e no teste têm origem no fato de a legislação nacional permitir o uso de tabelas de composição padronizadas, em vez de obrigar que as empresas façam a análise do produto em laboratório.

Veja abaixo as tabelas:

Fonte: Idec, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

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